Uma cobertura marcante com milhares de indígenas em Brasília
Edição n. 8 | Vem que vem porque hoje tem pauta cigana e indígena, romances sáficos, racismo algorítmico e muito mais!
Oie! Aqui é a Ingrid Figueirêdo, e escrevo diretamente da cidade (que um dia já foi) maravilhosa, rsrs. Sou jornalista em formação pela PUC-Rio e venho trazendo a news dessa semana. Cheguei na missão de fechar agosto, esse mês que, não sei pra você, mas pra mim sempre parece durar anos. Vamos ver o que rendeu entre a galera da RV nesses longos dias?
RV TÁ ON
Começando pela maior mobilização indígena da história do Brasil, o Acampamento Luta Pela Vida começou no domingo (22/08) em Brasília, contra o Marco Temporal, que estava previsto para ser votado no STF na quarta-feira (25). A proposta é considerada um grande retrocesso, pois limita a demarcação de terras indígenas aos que estavam no território antes da Constituição de 1988, ignorando o histórico de violência e invasões que expulsa os povos de suas terras.
Na segunda-feira (23/8), cerca de 6 mil indígenas, de 170 povos, se reuniram no Distrito Federal para as atividades previstas, mas a mídia tradicional não deu muita bola. A mineira da RV Jéssica de Almeida acompanhou o evento como assessora de comunicação das aldeias Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe.
OFF| Jéssica contou que cobrir a mobilização foi uma experiência marcante para ela, que está em início de carreira. Ela teve oportunidade de conversar com indígenas de todo o país, de ver de perto como trabalham os comunicadores e comunicadoras indígenas e de fazer um trabalho ético e coletivo, considerando as demandas específicas de cada território -- seguindo a máxima "nada sobre nós sem nós".
Essa foi também a oportunidade de Jéssica ver, em campo, que a questão indígena é heterogênea, plural e diversa. “A cena da Praça dos Três poderes sendo tomada por milhares dos mais diversos povos indígenas ficará na minha mente até que eu tenha uns 98 anos”, contou. Vê a imagem que ela nos enviou (Jessica na foto de camisa branca):
No nordeste, trazemos a pauta sobre povos ciganos. Nossa integrante pernambucana Elaine Guimarães produziu e escreveu uma matéria muito legal sobre os desafios e ações de escolarização para os ciganos, para o portal Leia Já, de Recife.
Subindo um pouquinho no mapa, chegamos no Kilombas, podcast produzido no Ceará pelas meninas da RV Letícia Feitosa e Alice Sousa e mais uma colega. O último episódio inspirado no livro “Memórias da Plantação”, da teórica negra Grada Kilomba, aborda temas étnico-raciais. Elas explicam o que é racismo algorítmico e eu, que não sou tão ligada em tecnologia, fiquei super instigada. Aposto que você vai ficar também.
Sua faxina tá em dia? Não? Então, levanta o que tem mais podcast! No episódio da semana passada do Afluente, o jornalista Bruno Tadeu, localizado no Amazonas, trouxe um panorama dos desafios da segurança pública nos sete estados do Norte, a rota do narcotráfico e os índices mais alarmantes. Ah, o Afluente faz parte da Rádio Guarda Chuva, uma confraria de podcasts jornalísticos brasileiros, você conhece?
É O PIPOCO!
Agora recalcula a rota, porque tem estreia no Sul do país! Diretamente do Rio Grande do Sul, Danton Júnior publicou sua primeira matéria no Yahoo Notícias. Na reportagem “60 anos depois, remanescentes da Campanha Legalidade descartam novo golpe militar” Danton faz uma visita ao passado para trazer análises sobre a situação política do Brasil de hoje. Vale a pena conferir!
Outra debutante -- desta vez no Tab Uol -- é a Gabriele Maciel. Ela foi atrás da nova badalação no Festival de Gramado na reportagem “Gente bonita e festas incríveis' atraem turistas para Gramado na pandemia”.
Gabi não parou por aí nas pautas freelas: no texto Templos budistas ficam fechados na pandemia de Covid, mesmo com risco de falência, publicado na Folha de São Paulo, Gabi traz outra matéria sobre cotidiano na pandemia.
E agosto é o mês da visibilidade lésbica, cê sabe, né? Pois então, em razão das celebrações do orgulho lésbico, a jornalista Audryn Karolyne, aqui de São Gonçalo/RJ, ajudou a produzir uma lista de romances sáficos para o site Valkírias. Já pode ir abrindo espaço na sua estante porque eu sei que você vai querer comprar pelo menos um!
ZAPEANDO:
Vamos de #diquinhas?
Tem oportunidade para escritores/as negros/as e indígenas na 31ª edição da Sur – Revista Internacional de Direitos Humanos. Até 03 de setembro (corre!), candidatos/as podem inscrever sua atuação, pesquisa ou projeto relacionado ao tema “Direitos Humanos no contexto da pandemia: impactos e respostas” para ser publicado ainda em novembro desse ano. Serão oferecidas bolsas de R$ 5 mil, mais uma mentoria com a professora Vera Rodrigues (UNILAB/ ABPN).
Outra chance de levar US$ 5 mil, dessa vez em verdinhas (dólares!), é no Prêmio Javier Valdez de Jornalismo Investigativo. Organizado pelo Instituto Prensa y Sociedad (IPYS), o concurso premiará produções investigativas veiculadas em qualquer meio jornalístico entre 1 de setembro de 2020 e 31 de agosto de 2021, nos idiomas espanhol, português e inglês. O prazo de inscrição é até o dia 20 de setembro. Mais informações aqui.
Pra fechar, se liga neste curso da fundação Thomson Reuters sobre cobertura de tráfico humano e escravidão moderna. Vale muito se inscrever, o aprendizado é certo, e quem garante é Joana Suarez, que coordena a RV. Ela participou da turma de 2019 e rendeu trocas, amizades e oportunidades de cobrir o tema com ajuda da Reuters, inclusive pode rolar incentivo financeiro para boas pautas. O deadline também é logo ali, 3 de setembro!
E aí, fechou? Espero que tenha curtido. Se quiser me achar nas internets, cata aqui meu Twitter, ou então o Linkedin. Valeeu, até mais!
Recebeu esse material de alguém? Assine a newsletter e amplie o olhar e a pauta pelo mapa brasileiro com os jornalistas da RV.
Para conferir nossas edições anteriores, clique aqui.