O preconceito em todas as esferas
Edição nº 19 | Na maternidade, na justiça, no mercado de trabalho, nas redes sociais e no diagnóstico de TDAH - como estamos longe das equidades.
Fala, pessoal! Pega um cafezinho com bolo aí e vem acompanhar as novidades do jornalismo independente. Hoje chegamos um pouquinho mais tarde, mas com todo gás pra enfrentar a última semana de novembro. Eu sou Alinne Castelo Branco e de Brasília faço esse arremate por aqui novamente. Bora?
RV TÁ ON ;)
Já não deve ser novidade pra você o quanto a Justiça desse nosso país é falha, sobretudo com os mais pobres. Joana Suarez e Pedro Miranda contam a trajetória de uma mulher paraense, com sete filhos, que enfrentou as facetas do machismo na família, na criminalidade e no Sistema de Justiça. Mãe de um bebê de três meses, ela foi presa por levar 965 gramas de cocaína na mala, disfarçados de produtos cosméticos. Não viu seu bebê caçula dar os primeiros passos e palavras, e para a Justiça ser mãe era um agravante ao crime que ela havia cometido.
Enem e maternidade
Domingo passado (27), foi o último dia do Enem e se você estava ligado nas redes viu a história de uma mãe que se atrasou para a prova porque estava amamentando seu bebê. O drama da pernambucana Débora repercutiu no Brasil e nossa colega Elaine Guimarães entrevistou a moça, que tem o sonho de ser médica.
Débora tem dois filhos e, aos 26 anos, tenta estudar para o Enem pelos livros doados por uma vizinha e por vídeos no celular. Com a repercussão na internet, surgiram oportunidades para ajudar a trajetória da moça nos estudos - vale a pena conferir a entrevista completa.
OFF | Elaine contou um pouco como foi o encontro com Débora. Ela diz que quando viu a imagem da moça chorando em frente ao portão fechado ficou muito comovida, principalmente pelo "motivo" do atraso e também porque ela é mãe ainda em fase de amamentação. "Vi alguns comentários negativos e isso me incomodou muito.” Foi aí que Elaine sentiu a necessidade de que as pessoas conhecessem a história. “Comecei a conversar com ela no domingo mesmo, pedi licença para contar a sua história… Fomos recebidos muito bem, mesmo com Débora cansada das demandas da casa e das várias entrevistas e lives realizadas desde o episódio do primeiro dia do Enem.” Para Elaine, falar sobre a rotina de uma jovem, moradora da periferia do Recife, mãe sem rede de apoio e com desejo de cursar medicina, foi importante para que muita gente passe a olhar para as mulheres, para as mães.
Mercado excludente
A população transgênero sofre bastante para ingressar no mercado de trabalho e sempre soubemos que nunca foi sobre qualificação. Para o Estadão, Audryn Karolyne mostra que, mesmo com diploma e currículo excelentes, pessoas trans são vítimas de um mercado que segrega as oportunidades ainda mais por conta das tais ‘soft skills', que, em suma, significa habilidades que um bom profissional deve ter como inteligência emocional e resiliência.
“A gente desenvolve soft skills o tempo todo”, diz Vitor Martins, especialista em diversidade e inclusão no Nubank. “A diferença é que algumas pessoas desenvolvem resiliência fazendo um intercâmbio na Flórida, e outras pessoas desenvolvem tentando superar a expectativa de vida de 35 anos”, diz, citando informações da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Quadrinho do bem
Fechamos a seção ON de hoje com Pablito Aguiar na Revista Parêntese:
É O PIPOCO!
TDAH
Déficit de atenção é quase sempre associado à agitação e impulsividade, mas em meninas e mulheres o fator desatenção é mais predominante, o que dificulta um diagnóstico nos primeiros anos de vida. Gabriele Maciel conta nesta matéria como foi receber a notícia que tinha TDAH aos 36 anos e como a questão do gênero ainda é um estigma para a ciência.
Pressão estética
Abrir o Instagram e tentar se identificar com rotinas reais é quase impossível. Já tentou fazer um story, foto ou vídeo, sem colocar um filtro? Essa nossa noia de parecer bem sempre é tema do podcast ‘Bora falar sobre’. Luiza Maia e colegas de Jornalismo da Universidade Federal Fluminense falam sobre a pressão estética que sofremos instantaneamente nas redes sociais.
ZAPEANDO...
Agora, a seleção das melhores oportunidades para você já começar 2022!
E essa é fresquinha: Rodrigo Alves abriu as inscrições para as turmas de janeiro na Oficina de Podcasts. Uma novidade: quem mencionar no último campo do formulário que faz parte da Redação Virtual ganha o mesmo desconto de 25% que os assinantes do Vida! O desconto derruba o valor de R$ 200 para R$ 150 reais! Tá passada?
Na última quarta-feira, Joana Suarez e o estagiário mais pop do Brasil, Pedro Miranda, tiraram algumas dúvidas sobre o Membership da RV. Se você quer desenrolar suas pautas e frilas com a ajuda de Jojo, a hora é agora. O precinho tá bem bacana e, claro, vamos semear a palavra do jornalismo independente por esse Brasil.
Todo fim de ano rola a campanha #DêQuadrinhosdePresente das artes de Gabriela Gullich. Para quem quiser presentear um jornamigo (ou pedir de presente pros amigos) com o livro-reportagem São Francisco. Gabi também criou um cupom EXCLUSIVO PRA RV! Usando o código RV10 ganha 10% de desconto!
Esses jornas da RV são cheios de vantagens né, não?
A Jeduca realiza, em parceria com a Fiquem Sabendo, a oficina “Como usar a Lei de Acesso à Informação para cobrir educação” no dia 7 de dezembro, às 11h. A oficina é gratuita e exclusiva para jornalistas ou profissionais da imprensa e estudantes de jornalismo. As inscrições podem ser feitas aqui até o dia 6 próximo.
Alice Sousa está fazendo a ponte com quem quer escrever sobre direitos humanos e óbitos de covid-19 em unidades prisionais. Ela tem divulgado para a imprensa o levantamento Deixados Para Morrer, que reúne dados sobre as mortes nas prisões de quatro estados brasileiros. Além disso, o site traz denúncias de violações e retrata parte da realidade de como foi a pandemia no contexto penitenciário brasileiro superlotado, a partir de depoimentos de familiares colhidos por instituições parceiras. Para saber mais e falar com Alice, escreva para: alicesousa205@gmail.com
E hoje é o Dia de Doar. A campanha é celebrada todo 30 de novembro para estimular a generosidade e inspirar pessoas a contribuírem com aquilo que acreditam. Esse é um recadinho pra você que aposta no Jornalismo Independente: doe para as organizações que consomem e curtem!
E assim encerramos mais uma Descentraliza. Sinta-se à vontade para me seguir no Twitter (a quase única rede saudável dessa internet - mas nem sempre) e para acompanhar a Redação Virtual nas redes, além de poder encaminhar essa newsletter para um amigo/amiga.
Valeu, até a próxima!
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