Histórias de sobreviventes da Covid-19 e da fome
Edição nº 18 | Pautas de saúde vão muito além das doenças e bem-estar, envolvem, por exemplo, crise climática e insegurança alimentar
Olá, como estão as coisas por aí? Quem escreve do lado de cá da telinha é Samara Wobeto. Se tu nos acompanha desde o início, talvez lembre que assinei a edição nº 7 dessa newsletter. Falo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e sou estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Vem comigo no nosso passeio jornalístico de hoje?
RV tá ON
A temática da saúde e da ciência nunca foi tão discutida no jornalismo brasileiro quanto nos dois últimos anos. Por mais que a pandemia mostre sinais de arrefecimento - um viva às vacinas! -, ainda não é o momento de relaxar de vez.
Há duas semanas, uma reportagem minha foi publicada na Revista Arco, da UFSM. Nela, eu falo sobre o surgimento e atuação de dois ambulatórios no Hospital Universitário (HUSM). Um deles é o Pós-Covid, que trata sobreviventes da doença que estiveram internados no HUSM. O que vem ajudando muito é a experiência e conhecimento científico que a unidade tem por causa da tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. Na época, foi criado o Centro Integrado de Atendimento às Vítimas de Acidentes, que objetivava atender os pacientes com sequelas, por pelo menos cinco anos após o incêndio.
Na newsletter passada, falamos da crise climática, mas as pessoas costumam reparar mais nos efeitos dela, principalmente, os que pesam no bolso como a alta da conta de luz. Jéssica Brasil Skroch, da RV, escreveu para a Folha de São Paulo, sobre como isso vem afetando pacientes que dependem de aparelhos elétricos para tratamento de problemas de saúde e melhoria da qualidade de vida.
O programa Bolsa Família auxiliava mais de 14 milhões de pessoas. Com seu fim, e as incertezas com o novo programa Auxílio Brasil, em Maceió, uma mulher teme que sua família passar fome. Quem contou essa história foi Jean Albuquerque para o TabUol.
OFF |
Uma cobertura que trata sobre a fome é sempre delicada, e traz desafios profissionais: deve-se ter o cuidado de contar o fato, sem sensacionalizar ou estigmatizar. Jean conta que esta foi sua primeira reportagem com a temática, e cita o respeito à fonte como base do processo. Além disso, ele menciona que é fundamental explicar para os entrevistados, principalmente quando estes são vulneráveis, como é o processo jornalístico, quais são as etapas e o que será feito com as informações que eles fornecem. “Em algum momento eu pensei em ajudá-la porque a situação estava tão precária. Mas aí, ao mesmo tempo, pensei que, enquanto jornalista, eu não iria mudar a realidade dela ali naquele momento”. Esse questionamento do Jean é muito comum no meio jornalístico, e não há um caminho certo, somos humanos e cada um carrega sua subjetividade e decisões para a pauta. O que você faria?
Questões de gênero
O que é normal em uma consulta ginecológica? Você já parou para pensar? Como saber quando se é vítima de abuso ou assédio sexual em um momento que é importanto no cuidado com a saúde? No portal Viva Bem, do UOL, Amanda Calazans elencou o passo a passo da consulta, que envolve anamnese, exame clínico, papanicolau e colposcopia, toque vaginal e orientações.
Para a Amazônia Real, Ariel Bentes conta uma história triste. Em Itacoatiara, região metropolitana de Manaus (AM), uma mulher jovem e grávida foi estuprada dentro do Hospital Regional José Mendes.
Em Alagoas, Géssika Costa investigou, para o portal Olhos Jornalismo, quem são as mulheres investigadas por aborto. O perfil das criminalizadas é de mulheres negras com média de 30 anos de idade.
É O PIPOCO
Eu não sei você, mas eu sou fã da newsletter Garimpo, do Núcleo Jornalismo, que faz uma seleção de conteúdos sobre os assuntos mais populares das redes sociais, para ler em menos de três minutos. E desde a semana passada, quem está no comando por lá é a Natali Carvalho, jornalista cearense e integrante da RV também. A edição do dia 17 de novembro teve temas como o semipresidencialismo, o Peter Parker e o touro da Bolsa de Valores. Vem ler e assinar a news: é bom demais pra ler enquanto toma um cafezinho.
ZAPEANDO
Já sabe o que tá rolando de oportunidade boa no jornalismo? Eu separei três hoje. A InfoAmazônia tá buscando alguém para a vaga de coordenador/a de projeto. A atuação é remota e as inscrições vão até amanhã (24/11). Dá tempo, corre aqui.
Na Piauí, tu pode dar uma espiada pra se inscrever no programa de checagem da Agência Lupa. Preenche esse forms até o dia 28 de novembro.
Para mulheres e pessoas não-binárias que gostam de cobrir subcultura: tem bolsa de reportagem da IJNet de US$ 5 mil. Você tem até 16 de dezembro para desenvolver uma proposta boa, e um dos requisitos é saber inglês. Quem sabe rola uma pauta em parceria? Fica de olho no IJNET, inclusive, que lá sempre tem coisa legal ! Se as dicas não forem pra você, manda no zap pros amigos ;)
Já vou me despedir, espero que tenha gostado da curadoria. Você pode me chamar pelas redes pra trocar uma ideia: estou no Twitter, Instagram e LinkedIn. Até a próxima, que vai ser só no ano que vem :)
Samara.
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