De onde partimos, quem somos, porque viemos e o que trazemos
Edição nº 0 | O lide da nossa newsletter é que o Brasil é muito grande para centralizar informação, queremos bagunçar a república do Jornalismo "cringe"
Opa, se achegue por aqui que essa newsletter vai ser massa. Eu sou Joana Suarez, idealizadora e coordenadora da Redação Virtual, um grupo que se tu não conheces, eu já explico mais.
Tô vindo aqui na edição nº 0 da Descentraliza para apresentar essa proposta que nasceu na RV – já pega a sigla aí e considera-te íntimo. Se tu se inscreveu nessa news – aliás, muitíssimo obrigada por acreditar no projeto – é porque tem em comum com a gente a vontade de ler, ouvir e falar sobre cada canto do Brasil. Então, bora descentralizar a pauta, o Jornalismo e o olhar!
O melhor dessa história toda é que nós da RV somos um grupo de mais de 200 jornalistas (e contando…) que está espalhado em 50 cidades brasileiras. Sentisse? Por isso, a gente garante que vai ter aqui diversidade regional, de perfis, de vozes, de vivências e de escrevivências – a cada semana um jornalista diferente vai vir aqui trazer o lide, contar os últimos movimentos ocorridos pelo Brasil e no Jornalismo.
RV tá ON
A Redação Virtual por si só é um catálogo desse país, pois o povo lá, além de ser de territórios diferentes, também faz de tudo: reportagens, histórias, podcasts, vídeos, fotos, livros, ilustrações, artigos, newsletter temáticas, projetos especiais, rede social. Daí, vamos mostrar esses trabalhos aqui na Descentraliza, pra te fazer pensar em critérios de notícia mais amplos, em vários formatos e novos brasis!
Só pra te dar um gostinho do que vai ser esse rolo descentralizador aqui, olha a matéria arretada que Erika Muniz, jornalista pernambucana, fez para a revista Quatro, Cinco Um sobre o lado cronista de Alceu Valença. Ela mesma sugeriu a pauta como frila, pois já tinha entrevistado o cantor e sempre quis falar dessas outras facetas de Alceu.
Teve também a abordagem inédita de Letícia Simionato no Uol TAB sobre uma galera adepta da regressão infantil, chupar chupeta... Umas coisas tão diferentes que Letícia até teve dificuldade de emplacar o frila. Nunca desistam se a pauta for boa – esse é o off.
E tu já visse reportagem em formato de Literatura de Cordel (expressão cultural nordestina)? Pois Thaís Rodrigues, que é repórter do Congresso em Foco, em Brasília, escreveu e recitou em vídeo um cordel sobre a Medocracia Miliciana:
Fala de como o projeto
Que chamam de voto impresso
Ajuda a aumentar
A violência paramilitar
É um cordel bem diferente
Para a todos informar!
Olhe, e digo logo que nosso grupo não é só formado por jornalistas. A historiadora Thainá Seriz e colunista do Coletivo Pretaria escreveu o texto: "Vidas negras são histórias brasileiras: o que é e poderia ter sido, se ainda quisermos realizar", sobre o podcast Vidas Negras, que aliás é brilhantemente apresentado pelo querido Tiago Rogero.
É o Pipoco! [O que é isso?]
Por ter gente de várias bagagens, sotaques e gírias, esses dias rolou uma dúvida no grupo da RV sobre o que quer dizer "Pipoco". Se para alguns é tiro, barulho, fogos pipocando, para boa parte dos nordestinos essa é uma gíria que indica que algo é massa, bom demais, sucesso. Então, sempre vamos apresentar aqui um jornalista da RV ou um projeto novo pra tu conhecer, que vai ser o nosso Pipoco!
Hoje, te apresentamos o canal de crônicas e entrevistas sobre música no Youtube: Sapato Velho, feito pelo jornalista Leonardo Catto, de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Subindo pro Norte do país, o jornalista Bruno Tadeu, que lançou o site Afluentes, tem um podcast cujo último episódio também envolve música. "Na violenta periferia de Coari, o Rap conduziu a transição de um adolescente envolvido com drogas para o sonho de promover uma revolução cultural no município, através do Hip Hop", diz o resumo da reportagem em áudio que conta a história do Mc Gliocione. Ele expressa na música a desigualdade implacável no interior do Amazonas.
Reparasse que apenas neste e-mail tu já passeou pelo mapa das cinco regiões do Brasil? Tem conteúdo de revista, digital, inovador, antirracista, independente, em texto, vídeo e áudio. É ou não é o pipoco esta redação? Espero que tenha te inspirado muito aí!
Zapeando: aquela dica esperta, do independente ao frila!
Por fim, não sei se tu já nos segue no instagram - @redacao.virtual, mas assim como postamos lá, aqui na news também vamos criar uma rede de trocas de ideias, de pautas, de dicas, entre freelancers e jornalistas independentes. Estaremos de mente e portas abertas sempre.
Por sinal, voltando à origem da RV, ela nasceu a partir das oficinas para jornalistas independentes, onde eu compartilho meu conhecimento para ajudar quem quer fazer reportagens como frila e trabalhos autorais. Fica ligado que em setembro deve ter outra edição, se te interessar.
Depois das oficinas, a galera vai se juntando ao grupo, que hoje está no Telegram, para seguir em contato, dividindo experiências durante as práticas. Afinal, o Jornalismo nunca é feito sozinho, somos uma classe potente, e na RV nos ajudamos e nos acolhemos.
Também desenvolvemos projetos, parcerias, reuniões e atividades. Neste mês, já começamos com a estreia do "Encontro com o Editor". E foi em grande estilo, com Olívia Fraga, editora-chefe do Uol Tab.
Têm muitos jornalistas da RV fazendo matérias pro Tab e Olívia bateu um papo massa com eles, para estimular novas histórias pelos brasis e indicar como emplacar mais pautas lá. E, olha, eles pagam um valor justo (em torno de R$ 1.000 por texto) e sempre estão precisando de repórteres frilas de novos lugares. Foi muito produtivo, tá registrado aqui! Virão mais, aguardem ;)
Se você gostou dessa edição, manda logo pra todo mundo descentralizar também!
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