7 de setembro: saiba como se proteger na cobertura de manifestações
Edição nº 9 | Atos do feriado, Focas do Estadão, Amazônia e religiosos assediadores
Opa! Como tá começando teu dia ai? Eu sou Alinne Castelo Branco e de Brasília te trago mais uma edição fresquinha do Descentraliza! Esta é a edição 9 do mês 9 com novidades do nosso mundinho do jornalismo independente.
Trabalho cobrindo política há mais de cinco anos e vocês devem imaginar a temperatura da cidade neste feriado, né? As mobilizações pró-governo que acontecerão em todo o país neste 7 de setembro, em que Brasília e São Paulo estão como os principais centros dos atos com um tom golpista, convocados por frentes conservadoras e líderes religiosos — os mesmos que replicam em suas redes o ódio à imprensa e desprezo ao estado democrático de direito.
Por isso faço questão de destacar nesta news que você, amigo e amiga jornalista, que irá cobrir esses atos: SE PROTEJA. A Abraji, em parceria com o Instituto Tim Lopes, lançou um guia de como cobrir manifestações super atualizado — vale a pena conferir e seguir os conselhos para que você faça seu trabalho em segurança.
RV TÁ ON
Bom dia, Brasil! Boa tarde, Itália! Nossa amiga carioca da RV Caroline Cavassa conta direto de Roma para o Intercept casos de abusos sexuais no Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Uma matéria delicada, densa, com uma apuração de um ano e meio, desenrola a denúncia feita por jovens que acusam religiosos de assédio - mas que a justiça, em primeira instância, declarou como inválida por conta do atraso na queixa.
Continuando com os sudestinos, Giovana Girardi traz na Folha de São Paulo um dado importante sobre meio ambiente: em comparação com um ano atrás, terras indígenas na Amazônia tiveram alta de 35% em desmatamento, garimpo e extração de madeira. Giovana explica que as terras indígenas funcionam como ilhas verdes de conservação, assim preservando a floresta, mas que os conflitos com garimpeiros e agricultores dificultam a preservação ambiental historicamente.
A importância da demarcação de terras indígenas é um tema que tem rendido e você vem conferindo isso aqui desde agosto e no destaque da nossa última edição do Descentraliza, que trouxe a discussão sobre o chamado marco temporal no STF e o maior acampamento indígena desde 1988, o Luta pela Vida.
Contribuindo pra gente entender as mudanças climáticas, Giovana desmembrou o relatório do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC) e explora isso no Pauta Pública, podcast da Agência Pública.
Mudando de pauta, como foi quando você falou sobre namoricos ou sexualidade pela primeira vez? Na minha experiência, eu diria que foi constrangedor e que se eu pudesse apagava da minha mente aquele dia. Aquele Assunto foi o projeto final desenvolvido pelos Focas - o programa de trainees do Estadão. O projeto multiplataforma explora esses assuntos delicados que uma hora ou outra vão aparecer como elefante na sala, discute gênero e sexualidade, masculinidade, primeiras vezes entre outras coisitas mais. E no time de focas temos seis integrantes da Redação Virtual: Amanda Calazans, Larissa Burchard, Gustavo Queiroz, Jayanne Rodrigues, Natália Santos e Jessica Skroch.
Além do site, Aquele Assunto está também no TikTok e no Instagram.
OFF | A Amanda, que é de Anápolis, Goiás, e a Natália, que fala de São Paulo, deram seus relatos sobre como é participar do treinamento do Estadão. Tradicionalmente, o Focas é realizado em São Paulo, na redação do jornal, e reúne cerca de 30 jornalistas recém-formados por quase três meses. Como a pandemia não acabou, o trainee teve de se reinventar e fazer tudo a distância, cada um na sua casa. A turma que formou Natália e Amanda já é a segunda no formato EAD.
Natália diz que trabalhar em uma grande redação era um dos seus sonhos: “A gente ouvia muito na faculdade que era algo beirando o impossível porque essas redações estavam diminuindo muito ou fechando. Eu venho do campo da pesquisa e queria ver o jornalismo na prática!”
As experiências e trocas com outros repórteres focas foram as que mais marcaram Natalia. “Como a gente consegue crescer quando tem várias cabeças pensando jornalismo.”
Mesmo com o Focas a distância, ela consegue ver muitos pontos positivos: “Pessoas que não teriam condição financeira de ir pra São Paulo, e trabalhar durante isso, puderam fazer o Focas. Lá tinha pessoas de vários estados, pudemos enriquecer com vivências diferentes. Isso foi incrível.”
Amanda diz que se sentia lá na redação: “A experiência foi intensa. Quando acabava o expediente, parecia que estava voltando para casa, como se eu não estivesse aqui o dia inteiro, tamanha foi a imersão na redação.”
Após o treinamento, há chances de o jornal contratar os focas como repórteres e ela se diz preparada: “Mesmo que não dê certo, já me sinto mais confiante para tentar vagas em outros veículos ou ainda viver de frila, uma vez que exercitei bastante a sugestão de pauta durante o programa.”
Amanda fez o nome durante o treinamento. Nessa matéria pro site E-Investidor, do Estadão, ela explora uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos mostrando que 15,1% das brasileiras possuem saúde financeira ruim, ante 8,3% dos homens — e o que isso quer dizer? Que mulheres têm tido um desempenho inferior aos homens no tratar do dinheiro, mas isso não se dá porque mulheres não sabem como cuidar, mas porque eles recebem mais e gastam menos.
É O PIPOCO!
Cês já viram que aqui só tem gente sinistra e essa seção de hoje mostra como muitos estão ganhando o mundo. Se liga, hein!
Alice de Souza foi selecionada para um fellowship da Fundación Internacional para las Mujeres en los Medios para cobrir saúde e, num momento como este, escrever sobre vacinas e imunização.
É o poder, aceita porque dói menos que Stephanie Araújo ganhou uma das cinco bolsas de reportagem da organização Chicas Poderosas. Com o financiamento, Sthephanie vai escrever histórias sobre as consequências do aumento das tarefas de cuidado na vida das mulheres ocasionada pela pandemia de COVID-19 e pelo isolamento social
Audryn Karolyne foi selecionada para a próxima turma do curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Te segura, Estadão! A gente tá indo com tudo, sem dó!
ZAPEANDO
Alô, alô minha amiga dona de casa, está passando na sua porta, na sua rua, o carro das oportunidades de emprego, frilas e cursos. Chega mais!
Tá precisando se atualizar sobre vacinas contra a Covid-19? A Rede InfoVacina é para você jornalista que quer descobrir e contar boas histórias sobre as vacinas de Covid-19 e a campanha de imunização. A ideia é formar profissionais de comunicação atuantes na cobertura do tema, fomentando a troca de pautas e experiências e de informações confiáveis. O projeto rola em conversas com cientistas e especialistas de saúde renomados. Bora?
A Redação Aberta da Énois abriu um curso gratuito para prover jornalismo anticapacitista. Te interessa? Quarta-feira (amanhã), dia 08/09 às 10h pelo Zoom.
A Revista Afirmativa da Bahia está convocando a galera do audiovisual que tem boas ideias de pauta ou roteiro sobre racismo, sexismo e violência sexual. As inscrições vão até dia 08 de setembro, às 23h59.
Por hoje, é isso. Espero que aproveitem as leituras e as dicas! Até a próxima!
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